PESQUISADOR É VENCEDOR DO PRÊMIO JOVEM CIENTISTA COM ESTUDO SOBRE MATAS URBANAS

Célio Henrique Rocha Moura foi premiado pela pesquisa “Os valores naturais das unidades de conservação do Recife: Mata de Dois Irmãos e da Mata do Engenho Uchôa”.

Como as comunidades se relacionam com as matas nas cidades? No Recife existem mais de 20 fragmentos florestais, alguns mais conhecidos que outros, mas todos com características, necessidades e relações específicas. Diante da preocupação com a sua conservação, o estudante de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Célio Henrique Rocha Moura desenvolveu pesquisa sobre dois destes 20 fragmentos florestais: a Mata de Dois Irmãos e a Mata do Engenho Uchôa. Pela relevância inovação da pesquisa, Célio recebeu o Prêmio Jovem Cientista em primeiro lugar na categoria Ensino Superior. A premiação, na sua 29ª edição, teve como tema “Inovações para Conservação da Natureza e Transformação Social”. O resultado foi divulgado no dia 30 de outubro de 2018, em Brasília, com transmissão pelo Canal Futura. Atualmente, Célio integra a equipe do INCITI e pesquisa as relações das comunidades com o Parque do Jiquiá e o manguezal do Pina.

Foto: O Marco Ambiental (www.omarcoambiental.blogspot.com/)

A pesquisa de iniciação científica intitulada “Os valores naturais das unidades de conservação do Recife: Mata de Dois Irmãos e da Mata do Engenho Uchôa” foi realizada por Célio Rocha entre 2016 e 2017, como integrante do Laboratório da Paisagem da UFPE – DAU/ UFPE, com orientação dos professores doutores Onilda Gomes Bezerra e Joelmir Marques da Silva.

No dia 28 de novembro, às 19h, Célio participa do encontro Provocações Urbanas, com o tema “Matas do Recife – Como conciliar interesses?”. No evento, pretende-se refletir e dialogar sobre os interesses em torno das matas urbanas da capital pernambucana. Também participam representantes da gestão governamental, movimentos sociais e ambientalistas. O encontro é realizado na sede do INCITI (Rua do Bom Jesus, 191, Bairro do Recife). O evento é aberto ao público gratuitamente, sem necessidade de inscrição prévia.

PESQUISA – Durante o estudo, Célio buscou a compreender as relações espaciais entre as comunidades e os fragmentos florestais, além de identificar os valores atribuídos às matas por diversos atores sociais. Os dados coletados podem subsidiar a criação e aperfeiçoamento de instrumentos de gestão destes patrimônios naturais. “As populações dos entornos das matas enxergam os benefícios diretos nas suas vidas, já os gestores enxergam a importância das matas de forma macro, considerando a cidade como um todo, relacionando as matas à drenagem e à qualidade ambiental com fatores como clima e poluição sonora e qualidade do ar”, explica Célio.

A investigação sistematizou a percepção das matas a partir de seis valores: biodiversidade, geodiversidade, ecológicos, científicos, estéticos e serviços ambientais. O jovem pesquisador avaliou a percepção desses valores por quatro grupos de atores sociais: comunidade, gestão institucional, especialistas e movimentos ambientalistas.

Um dos diagnósticos da pesquisa considera que os valores que as comunidades mais conferem são os serviços ambientais. Na Mata de Dois Irmãos, a população que habita o entorno valoriza o abastecimento de água em virtude dos quatro açudes que existem no território. Já na Mata do Uchôa, a comunidade considera as espécies frutíferas para alimentação como um dos maiores serviços prestados pela mata.

Sobre o Prêmio
O Prêmio Jovem Cientista visa revelar talentos, impulsionar a pesquisa no país e investir em estudantes e jovens pesquisadores que procuram inovar na solução dos desafios da sociedade. Instituído em 1981, o Prêmio é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O Prêmio conta com a parceria da Fundação Roberto Marinho e com o patrocínio da Fundação Grupo Boticário e do Banco do Brasil.