Grupo de Pesquisa: GIEPES – Grupo Integrado de Estudos e Pesquisa em Economia da Saúde
TATIANA MENEZES, Doutora USP, Departamento de economia/UFPE (Coordenadora)
DEBORAH SEABR Me UFPE – Dra. USP;
DIEGO FIRMINO, Doutor UFPE e Prof.UFRPE
RUBENS LOPES, Doutorando UFPE.
Nos bairros do Recife, que outrora eram ocupados por casas e por famílias sentadas nas calçadas, hoje ergueu-se uma selva de prédios de apartamentos, transformando de forma definitiva o cenário urbano e os hábitos de vida da população da cidade. As explicações para esse novo cenário passam pela compreensão da estrutura de demanda e oferta do mercado imobiliário. O início do século XXI se caracteriza pelo crescimento econômico do Estado de Pernambuco, gerando aumento de renda da sua população e atração de pessoas oriundas de outros estados para aqui trabalhar e habitar. Esse fenômeno implica no aumento da demanda por moradia, principalmente para a classe média. Por outro lado, a falta de estrutura urbana, saneamento básico e de transportes, não apenas dos bairros altos que cercam a cidade, mas também das cidades que compõem a Região Metropolitana do Recife, faz com que a oferta de imóveis fique circunscrita aos bairros ao redor do Rio Capibaribe e do mar.
A pesquisa revela que, entre 2000 e 2012, houve aumento no número de transações dos imóveis próximos ao rio e uma valorização superior a 500%. A forma encontrada para solucionar esse problema foi a verticalização. Os dados mostram ainda que a relação entre o número de pavimentos e a área construída em mais da metade dos setores censitários próximos ao Capibaribe apresenta crescimento superior a 300%. A exceção ocorre principalmente nos doze bairros onde a lei de zoneamento recente limitou a construção de prédios com múltiplos andares.
O adensamento populacional é responsável por muitos problemas urbanos, como congestionamentos, piora de serviços e falta de opções de lazer. Nesse contexto, a revitalização e humanização das margens do Capibaribe é uma tentativa de devolver aos moradores de 42 bairros da cidade a qualidade de vida que a rápida expansão imobiliária subtraiu.
* A pesquisa completa será disponibilizada aqui em breve.