ESTRUTURA MORFOLÓGICA DO RECIFE

Grupo de Pesquisa: INCITI/UFPE

LUIZ CARVALHO, MSc – Delft University (coordenador)
CAROLINA PUTTINI Me – MDU/UFPE
CIRCE MONTEIRO D.Phil (Oxon) Professora Titular MDU/UFPE

O Recife tem uma estrutura urbana radial, visto que a cidade se desenvolveu a partir do porto, ligando, através de vias tentaculares. O resultado é uma malha urbana bastante heterogênea, com parte da estrutura como grelha regular, enquanto outras são como um sistema orgânico que acompanha os rios e as curvas dos morros, que acabam por se configurarem como uma colcha de retalhos.

Para entender os efeitos dessa estrutura viária, foi desenvolvido um estudo utilizando os princípios da sintaxe espacial (Space Syntax – University College of London). Em cada cidade existe um núcleo de integração principal que é importante descrever, pois permite compreender também a estrutura de movimento, assim como os lugares de maior atividade econômica.

O mapa axial mostra as cem linhas mais integradas do Recife e seu núcleo de integração como um anel na área central, de onde partem vias de conexão global para a Região Metropolitana. A análise também mostra, através do colorido das vias, a integração urbana, ou seja, a capacidade de ligar os espaços da cidade. As linhas chamadas de axiais representam o eixo das ruas e suas conexões. As vermelhas indicam valor alto de integração, ou seja, ruas muito conectadas com o sistema de ruas da cidade; e as verdes e azuis, ao contrário, indicam valores de segregação espacial, de distância das áreas integradas da cidade.

A leitura do mapa axial do Recife nas áreas próximas às margens do Capibaribe mostra a presença de um tecido urbano “incompleto”. É notória a fragmentação e a baixa conectividade das linhas nas bordas entre o rio e a cidade, como um tecido que se “desmancha” ao se aproximar do rio. O mapa também expressa as medidas de integração (global e local), ou seja, a ideia de que a existência de espaços mais integrados junto às margens está diretamente relacionada com a vitalidade urbana das áreas ribeirinhas. O que se entende aqui por vitalidade urbana é a capacidade do espaço, público ou não, de promover uma maior integração entre pessoas.

É essencial pensar como diretriz que as margens do Capibaribe necessitam de uma maior permeabilidade, a partir da criação de novas conexões urbanas que permitam não somente o acesso às margens, mas também percorrer a região ribeirinha.

* A pesquisa completa será disponibilizada aqui em breve.