Grupo de pesquisa: NEC – Núcleo de Pesquisa em Epistemologia Experimental e Cultural/UFPE
Antonio Roazzi – D.Phil (Oxon) Dept. Psicologia/UFPE (Coordenador)
Yves Gomes – Doutor/UFPE; Circe Gama Monteiro, D.Phil (Oxon) MDU/UFPE.
Será que estamos fazendo o suficiente para garantir as condições ambientais da cidade? Quem são as pessoas que estão dispostas a se engajar nessa luta para conservar a natureza e a paisagem? E o que as levaria a tomar medidas mais efetivas nessa direção? A investigação buscou verificar como diferentes pessoas reagem a questões ambientais, tais como o valor dado aos rios da cidade, a percepção das consequências ambientais futuras das nossas ações e seus efeitos nas escolhas de modo de vida atuais. Uma amostra de 250 moradores de Recife foram entrevistados em 2016 visando avaliar como as pessoas se sentem frente a cinco elementos: valores ribeirinhos, consequências futuras, apego ao rio, conexão com a natureza e atitudes pró-ambientais.
Constatou-se que moradores do Recife prezam pela preservação da natureza, mas também lhes interessa a adaptação dos recursos naturais para a melhoria da qualidade de vida, como o uso do rio para o transporte fluvial, por exemplo. Constatou-se que pessoas que se preocupam com o impacto das nossas ações no futuro se dispõem a fazer sacrifícios no presente, buscando resultados de longo prazo, enquanto os imediatistas ignoram alertas sobre as consequências futuras de certas interferências no meio ambiente e estão mais preocupados com o seu bem-estar do que com a disponibilidade de recursos naturais para as gerações futuras.
Atitudes pró-ambientais, como andar mais a pé e de bicicleta para evitar a emissão de gás carbônico, estão presentes nas pessoas com atitudes de maior respeito e admiração pelo rio e pela natureza e que valorizam a conexão com o meio ambiente como um todo. Há pessoas dispostas a contribuir ativamente para a preservação do meio ambiente, seja pela preservação e manutenção da fauna e da flora, seja pelo bem-estar dos seres humanos. No entanto, a tendência de cuidar do Rio Capibaribe se mostra mais presente entre os moradores que se preocupam com a consequência das nossas ações no futuro. Esse foco no futuro é mais importante do que os valores ecológicos em si.
A figura abaixo representa espacialmente a correlação estatística entre as questões. Aquelas respondidas de modo semelhante são localizadas próximas uma das outras no espaço. A proximidade de pontos no espaço determina regiões de contiguidade, onde as questões guardam uma relação entre si. Assim, temos uma região onde se localizam as questões relacionadas ao reconhecimento da importância na natureza e do verde e uma que considera o ambienta natural pela sua função á sociedade. A Figura mostra também a localização de variáveis externas, que são características dos respondentes, estas variáveis não interferem na análise estatística, mas indicam como influenciam as respostas.
* A pesquisa completa será disponibilizada aqui em breve.