Lucas Alves é um jovem recifense, que teve garantido o acesso a direitos básicos, como a educação. Ele é bacharel em Relações Internacionais desde 2008. Seria este curso o indicativo de alguma tendência ativista? Em 2012, ele conheceu o grupo Direitos Urbanos (DU), através do Facebook, e passou a se dedicar como voluntário à pauta do “direito à cidade”. Participou diretamente de ações deste grupo em prol de alguns símbolos arquitetônicos do Recife, como o Museu da Abolição, a Fábrica da Torre, o Edifício Caiçara e o Cais José Estelita. Este é o perfil de uma liderança, um jovem único em iniciativa, que levo à cabo o simples exercício da cidadania.
Atualmente, Lucas trabalha na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) como assessor do deputado estadual Edilson Silva, do PSOL-PE, partido ao qual ele está filiado desde abril deste ano. Mesmo em um centro de tomada de decisões políticas do Estado, ele sente que hoje transforma menos a cidade do que quando participava do DU, atividade momentaneamente suspensa. “A intensidade do meu trabalho atual, lidando com temas estaduais, não me permite tanta dedicação às pautas urbanas como antes”, confessa.
Apesar de estar afastado dos movimentos sociais, Lucas tem pequenos hábitos que transformam a cidade no seu dia-a-dia. Sua carteira de motorista venceu e ele decidiu não renová-la: “Sou um carro a menos”. Deste então, ele tem priorizado a bicicleta como meio de transporte. E diz ainda que está tentando melhorar seu impacto ambiental, pensando nos resíduos das mercadorias que consome: “Estou comprando mais orgânicos, dividindo o lixo em orgânico e não-orgânico e reduzindo o desperdício de água”. “No trabalho, damos atenção especial à proteção do meio ambiente”, completou.
Lucas não lembra bem quando passou a se interessar por política, mas lembra de pessoas que mudaram a cidade ao lado dele, como a promotora Belize Câmara e o professor Leonardo Cisneiros, ambos ativistas do grupo Direitos Urbanos.