Parque Capibaribe, um lugar para incluir

* por Tâmara Ribeiro

O Projeto Parque Capibaribe desperta para as questões da acessibilidade com olhar holístico. Nesta visão completa, foi possível conectar espaços de diferentes atividades e modais, integrar os usos e gerar passeios intuitivos de maneira segura, onde, pessoas cegas e crianças podem dividir os percursos com ciclistas, por exemplo.

Muito além do que estabelece as legislações, a concepção do Projeto traz a preocupação com as crianças, as pessoas com deficiência e com os idosos, que são os grupos sociais mais vulneráveis num organismo complexo que é a cidade. Com o intuito de implantar soluções efetivamente acessíveis e de modo a se desfazer do estigma de que o desenho urbano para pessoa com deficiência tem o traçado rígido, enfadonho e excludente, o Projeto gera espaços interseccionais e fluidos onde é possível a convivência entre todas as pessoas que podem desfrutar da paisagem, do som das águas e animais que habitam o rio em espaços aprazíveis.

Em alguns momentos onde a cidade já está consolidada houve a necessidade de fazer adaptações no traçado urbano que garantissem os acessos de pessoas com deficiência, isso reitera as particularidades de cada lugar. Para os trechos onde o Parque se radica com novas rotas de ciclovias e passeios integrando parques e praças, a consciência dos conceitos de acessibilidade deixam de ser projetos complementares e tornam-se partido arquitetônico também.

Tão vasta a significância de um projeto acessível que os conceitos se espalharam por todos os setores de pesquisa do projeto, desde o mobiliário que está consolidado em princípios do desenho universal até os serviços ofertados ao longo do Parque Capibaribe que tem a inovação como meta, o plano é implantar o uso de tecnologias assistivas que agregam valor às informações de acessibilidade e flexibilizam o uso dos espaços. Para um projeto que traz a integração da cidade com a natureza como uma máxima em ideal, não poderia ser diferente para o que se presta na consciência de projetar espaços preparados para unir pessoas com capacidades diversificadas.