PARQUE CAPIBARIBE COMO SISTEMA DE DRENAGEM E TRATAMENTO DAS ÁGUAS

Grupo de Pesquisa: GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS/UFPE
JAIME CABRAL MSc UFRJ, PhD Wessex Institute of Technology, UK(Coordenador)
GASTÃO CERQUINHA DA FONSECA NETO, Mestrando/UFPE; SIMONE PREUSS, Mestre e doutoranda/UFPE
TAINNÁ VIEIRA, graduanda UFPE.

Estabelecer uma relação mais sustentável da cidade com seus cursos de água significa considerar o sistema de macrodrenagem urbana como o mesmo sistema hídrico que esse plano propõe com o estabelecimento de sistema de parques com desenho sensível ás aguas, buscando modificar a relação do Recife com as águas que percorrem seu território.

Evidentemente, o primeiro passo para recuperar esses riachos urbanos é coletar e tratar todo o esgoto que é despejado diariamente nessa bacia. Além dos prejuízos ambientais, essa poluição provoca a rejeição dos riachos, que não são vistos como locais com qualidades ambientais, mas apenas como canais onde todos podem despejar poluição, inclusive esgoto e lixo.

É importante que primeiramente se considere o grande projeto de saneamento que está sendo implementado atualmente na RMR, mas, apesar de representar uma mudança política histórica e essencial para transformar as condições de saneamento no Recife, ele, por si só, não deve ser suficiente para garantir uma boa qualidade ambiental de todos os afluentes do Capibaribe. É apenas a primeira parte do grande desafio que é despoluir os rios e riachos do Recife. A hidrografia do Recife é constituída por um sistema de macrodrenagem com extensão total de 105 km, formado pelas seguintes bacias: Capibaribe, com 20 canais; Beberibe, com 20 canais; Rio Tejipió, com 5 canais; Rio Jordão, com 4 canais; e Rio Jiquiá, com 17 canais; totalizando 66 riachos canalizados. O sistema de microdrenagem tem aproximadamente 1.000 km de galerias e canaletas.

Incursão da maré na bacia do Beberibe e Capibaribe

Na estratégia de implantação do Parque Capibaribe, é essencial então romper os ciclos viciosos na relação da cidade com suas águas. Para isso, devem-se utilizar técnicas complementares de tratamento das águas, que possam restabelecer mais rapidamente a qualidade ambiental dos riachos urbanos e a visão positiva da população sobre esses ambientes, transformados então em áreas públicas de lazer e amenidades.

A pesquisa aponta os principais riachos da bacia do Capibaribe que devem receber intervenções para recuperar algumas qualidades ambientais:

– As áreas ribeirinhas dos riachos já canalizados, que devem receber redução da impermeabilização e tratamento paisagístico.

– Áreas ribeirinhas em riachos ainda não canalizados, que devem receber tratamento paisagístico e intervenções para contenção das margens, sem impermeabilizar o leito dos riachos nem as margens.

– Áreas com grande potencial para construção de sistemas de wetlands para tratamentos das águas e qualificação paisagística das margens.

A pesquisa destaca a importância de dois dos riachos urbanos, que têm grande potencial para receber intervenções que podem mudar o paradigma de intervenções em riachos no Recife: o Riacho do Cavouco, e o Riacho Parnamirim, que, apesar de já ter sofrido muitas obras de canalização e impermeabilização, pode receber novas intervenções para requalificação com grande impacto sobre o uso de suas margens, localizadas em áreas de forte vitalidade urbanística.

* A pesquisa completa será disponibilizada aqui em breve.