Urban Thinkers Campus 2017

Recife | 29 nov a 02 dez

O papel da comunicação na transformação das cidades foi tema de discussão

Por Fernando Castro

Com a missão de incitar novas reflexões, o INCITI/UFPE promoveu, na última sexta-feira (01), o debate “O papel da Comunicação na transformação das cidades”, reunindo comunicadores para debater o macrotema das Cidades Inteligentes e Sustentáveis
no festival Rec’n’Play. Na roda de conversa, estiveram presentes profissionais que trabalham com comunicação das formas mais variadas, como jornal impresso tradicional, portal de jornalismo hiperlocal, jornalismo comunitário e intervenção de poesia na cidade.

O mediador do debate, Lula Pinto, iniciou a fala comentando sobre a capacidade das cidades de serem transformadas. “Se existe uma comunicação que é potente suficiente para fazer uma transformação nas cidades, há uma afirmação implícita de que as cidades são passíveis de transformação’’, comentou o jornalista que faz parte da equipe do Marco Zero Conteúdo.

Para Jailson da Paz, jornalista do Diario de Pernambuco há mais de 20 anos, a capacidade de transformação das cidades através da comunicação, faz sentido quando se conquista dois pontos importantes para a população: a inclusão social e a democratização dos espaços públicos. ‘’Eu acredito que esse seja o grande papel do comunicador, não se negar a dar visibilidade e resistência a pessoas menos favorecidas. Essas pessoas ganham mais força a partir do momento em que a gente fala sobre a situação que ela vive’’, afirmou Jailson.

Enquanto jovem que mora em comunidade, o comunicador Okado do Canal, comentou sobre a importância do projeto Favela News para as crianças da periferia. ‘’O propósito do Favela News é fazer com que as crianças da comunidade se inspirem em outros tipos de pessoas, porque infelizmente na maioria das vezes quando a mídia tradicional vai na comunidade é pra mostrar alguém que foi preso ou alguém que foi morto’’, relatou Okado.

Okado citou ainda a alternativa que o projeto encontrou para inserir na sociedade os jovens das comunidades. ‘’Nem todo mundo da periferia curte ler. A gente, quando estuda e faz alguma coisa de errado na escola, a professora coloca o aluno para ler como um castigo. Isso acaba fazendo com que as crianças coloquem na mente que ler é uma punição, então a gente percebeu que só o livro não era necessário e começamos a reproduzir essas histórias através de conteúdos audiovisuais’’, complementou o comunicador.

 

Cinco comunicadores foram convidados para o debate. Foto: Migli

 

Os jornalistas trouxeram a discussão sobre transformar a realidade das pessoas através de suas próprias vivências. A jornalista Marina Maciel, responsável pela curadoria do projeto Poesia aos Pedaços, apresentou a proposta que tem como objetivo a inclusão social possibilitando às pessoas acessarem poesias em lugares públicos e promovendo o trabalho de poetas menos conhecidos.

Por fim, o debate foi encerrado com falas e impressões dos participantes da mesa de diálogo. Maíra Brandão, coordenadora de comunicação do INCITI, falou sobre a proposta de trazer o debate nas sessões livres. ‘’Tanto pela crise que a gente tem na comunicação, quanto pela força que eu sinto de disputa por esse território que é a cidade,  eu acredito no poder da comunicação e da força que a gente tem nas diversas formas. Esse foi o caminho que eu achei importante de trazer, porque cada um, no seu lugar, tem uma forma de comunicar e transformar sua realidade’’, comentou Maíra. O debate contou ainda com a participação da coordenadora de conteúdo do portal PorAqui News, Raissa Ebrahim, que afinou a discussão contando como é o seu trabalho no cotidiano.

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